Conversa entre amigos...


Mande-nos o seu conto, teremos o maior prazer em publicá-lo em nossa coluna "O leitor delira"


Como o título diz, toda semana teremos um conto para seu deleite.


terça-feira, dezembro 28, 2010

Natal.

Neve, pessoas na rua, carros a toda velocidade, e num café coberta até o queixo estava você.
Uma caneca quente nas mãos enluvadas, o gorro quase cobrindo os olhos.
Naquela manhã véspera de Natal, com as ruas cheias, eu encontrei o que já estava procurando há anos.
Olhando atraves do vidro, perdi minutos ali... Resolvi entrar e pedi um café também.
Sentei numa mesa bem próxima, e resolvi encarar... Não me arrependi...
Sorriso lindo, nos apresentamos e saimos pra tarde gelada... No caminho sugeri mostrar o meu novo trabalho, um apartamento enorme pra decorar... Você topou.
Entramos no elevador, os andares e minhas emoções subindo, subindo...
Entramos no apartamento, cheiro de tinta fresca invadindo tudo...
Levei-a ao primeiro aposento que estava pronto, e não resistimos mais, o abraço, o beijo, seu peito no meu peito, batendo junto, sentindo tudo junto, ao mesmo tempo... Roupas pelo chão, sentindo o ar gelado entrar pelas frestas da janela, não saberia dizer como nossos corpos estavam tão quentes...Sua boca vermelha me marcando, sua língua seguindo por lugares ainda não explorados... Seu corpo colado em mim, meus olhos cravados em seus seios, as mãos tocando e torturando... Um sem fim de vai e vens, gosto doce em minha boca, gemidos doces em meus ouvidos, e nesse mar revolto de sensações, eis que ele vem, intenso, tragando tudo com ele, jogando nossos corpos no buraco negro do prazer... Desejos e Delírios, Gritos e Silêncios, Orgasmo e Vazio... Sentimentos efêmeros...
Não sei dizer como você partiu, no meio da neve e do caos do trânsito, levou uma parte de mim.
Mas aquela véspera de Natal ficou na minha memória, e nas noites de sonhos e de insônias ela me atormenta, lembro  do vento gelado levantando seu cabelo, me entrego e me escondo neles... Viajo na imensidão do teu beijo, e me vejo sozinha.

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